"Nativos Digitais" e "Imigrantes Digitais" - separam os que nasceram antes da internet dos que não conseguem maginar o mundo sem ela. De lá para cá, enquanto Prensky fundava uma 
empresa especializada em criar games educativos, os nativos digitais 
invadiram as escolas. Segundo ele, nos Estados Unidos já não há mais 
imigrantes entre crianças em idade escolar. Para ele, ensinar essa nova 
geração é um desafio imenso, especialmente para os professores. “Eles 
precisam abandonar a velha aula expositiva e deixar que os alunos 
aprendam sozinhos”, diz. Esse é o tema de seu mais novo livro, Ensinando nativos digitais. Ele concedeu esta entrevista exclusiva a ÉPOCA.
 
ENTREVISTA - MARC PRENSKY 
ÉPOCA – Desde o surgimento 
do termo nativos digitais, a tecnologia avançou e o perfil do usuário 
envelheceu. Os nativos ainda podem ser definidos pela idade? 
        Marc Prensky – Na
 verdade, eles nunca foram, a não ser indiretamente. Nativos digitais e 
imigrantes digitais são termos que explicam as diferenças culturais 
entre os que cresceram na era digital e os que não. Os primeiros, por 
causa de sua experiência, têm diferentes atitudes em relação ao uso da 
tecnologia. Hoje, há muito mais adultos que migraram e, nos Estados 
Unidos, quase todas as crianças em idade escolar cresceram na era 
digital. Pode ser que em alguns lugares os nativos sejam separados dos 
imigrantes por razões sociais. 
ÉPOCA – Então os imigrantes, com o tempo, tendem a desaparecer. 
        Marc Prensky – Em algum momento, é claro, todos terão nascido na era digital. Estamos a caminho de algo novo: a era do Homo sapiens
 digital ou a era do indivíduo com sabedoria digital. Para compreender o
 mundo será preciso usar ferramentas digitais para articular o que a 
mente humana faz bem com o que as máquinas fazem melhor. Nesse futuro, a
 diferença de idade e as diferenças entre nativos e imigrantes 
certamente serão menos relevantes. 
"Para que a tecnologia tenha efeito positivo no aprendizado, o professor primeiro tem de mudar o jeito de dar aula" 
ÉPOCA –
 Muitas escolas que compraram uma lousa digital ou montaram um 
laboratório de informática descobriram que o aparato tecnológico não 
funciona sozinho. O que dá certo na hora de ensinar essa nova geração? 
        Marc Prensky – Introduzir
 novas tecnologias na sala de aula não melhora o aprendizado 
automaticamente, porque a tecnologia dá apoio à pedagogia, e não 
vice-versa. Infelizmente, a tecnologia não serve de apoio para a velha 
aula expositiva, a não ser da forma mais trivial, como passar fotos e 
filmes. Para que a tecnologia tenha efeito positivo no aprendizado, os 
professores precisam primeiro mudar o jeito de dar aula. No meu livro, 
uso o termo “Pedagogia de Parceria” para definir esse novo método, no 
qual a responsabilidade pelo uso da tecnologia é do aluno – e não do 
professor. 
ÉPOCA – Qual é a diferença básica entre a velha e essa nova pedagogia? 
        Marc Prensky – Mudam
 os papéis de professores e alunos. Os alunos, que antes se limitavam a 
ouvir e tomar notas, passam a ensinar a si mesmos, com a orientação dos 
professores. Por isso a real necessidade de usar ferramentas que os 
ajudem a aprender. O papel do aluno passa a ser de pesquisador, de 
usuário especializado em tecnologia. O professor passa a ter papel de 
guia e de “treinador”. Ele estabelece metas para os alunos e os 
questiona, garantindo o rigor e a qualidade da produção da classe. 
Leia a reportagem na íntegra: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI153918-15224,00-MARC+PRENSKY+O+ALUNO+VIROU+O+ESPECIALISTA.html